segunda-feira, junho 18, 2012

Infinito

Dentre as incompreensões humanas, podemos falar do infinito. Sabe-se que é algo muito grande, mas quão grande seria o tal? Não se sabe, não há como saber. O infinito cresce junto com a imaginação, não havendo limites para esta, o limite daquele também se torna impossível. Poderia falar mais, contudo, não vejo razões para debater a incompreensão. Porém, quem sou eu para decidir o que debater? Eu sou apenas uma criança que teve suas definições sobre algumas coisas alteradas completamente de um tempo pra cá. Achei que sabia o que era a felicidade, mas nunca na minha vida me senti tão feliz quanto quando estou ao seu lado, pensei conhecer a saudade e notei que nunca soube o que era saudade até ficar algumas horas sem poder ouvir sua voz, algumas horas sem poder olhar diretamente em seus olhos, enfim, alguns míseros minutos depois que se ausentasse. Você não seria capaz de entender o que eu sinto, eu queria que pudesse, mas não pode. Com você longe, a saudade é descomunal, algo que não consigo explicar. Agora, estar perto de você, a alegria, a felicidade, também são incompreensíveis, porque elas variam de acordo com a imaginação, elas se encaixam perfeitamente na definição de infinito.

quinta-feira, junho 14, 2012

Bagunça

É tudo uma bagunça, é tudo um tumulto e tá tudo arrumadinho. Aqui, ali e todo lugar. Arruma ali, ajeita aqui e, olhem, são pessoas arrumadas. Sorrisos lindos, fotos, sabe-se lá o que vão fazer. Batem asas rumo à diversões efêmeras, vai entender. Estão juntas, negam a natureza da solidão humana, bom ver coisas assim. Estão ajeitadas, mas seus cérebros, poluídos. Não se importe, estão belos, o que mais tem importância? Deixem-lhes semear o pseudo-amor que tomou conta de todos. Colírios e látex, pra que combinação melhor? Estão certos, porém...
Bom......
Prefiro manter-me na minha bagunça.

terça-feira, junho 12, 2012

Vaga-lumes [3]

Esquisito, não era acostumado a dividir momentos como aqueles com outras pessoas. Na verdade, não dividia nada com ninguém, não confiava em ninguém.Salvo algumas raras exceções no decorrer da vida, sentia a língua presa ao falar com outros humanos, não conseguia, não saía uma palavra sequer da sua boca. E agora, há uma estranha ao seu lado e... ela gosta de vaga-lumes? Era uma bela estranha, ou pelo menos parecia ser. Era uma situação d..
- O que fazes aqui a essa hora?
- Não sei ao certo, alguma coisa me atormenta, não consigo dormir, decidi vir aqui como faço em situações assim.
- Menino, és estranho.
- Estranho... todos somos um pouco.
- Verdade. E o que te incomodas a ponto de tirar-te o sono?
- Não sei. Padeço por coisas que não acontecem, que poderiam ter acontecido.
- Sofres por antecipação, isso está errado.
- Talvez esteja, mas criar expectativas sobre certas coisas é inevitável.
- Estás certo mais uma vez.
- E tu, que fazes aqui?
- Queria ver esses pequenos insetos. São minha paixão
- São belos, não julgam, te ajudam. Fazes bem ao amá-los.
.
.
.

- Menino, gostei de ti. Está tarde, devo ir. Amanhã te vejo aqui?
- . . .

...

sábado, junho 09, 2012

Vaga-lumes [2]

- Meus amiguinhos, há muito não nos falamos, estava ocupado a sonhar aquelas coisas que nunca se realizarão. Lembrava do brilho de vocês todos os dias, sempre querendo vir falar. Cansei-me das pessoas, elas tem um julgamento errado sobre muitas coisas. Queria poder voar e iluminar um pouquinho a noite como fazem. Não sei exatamente o que fazer agora, estou perdido nesse mundo louco, costumam falar que não me encaixo na história, sou antiquado. Bom, ja comentei disso com vocês algumas vezes, devem estar cansados de ouvir isso. Falemos de outras coisas e...
Seguiria o raciocínio, mas ouviu alguns passos que pareciam ir na direção de onde estava.
- Quem está aí?
- Apenas uma apaixonada por pequenas luzes, apaixonada por esses pequenos vaga-lumes. Me chamo...
- Poupe-me do nome, eles não são importantes.
Eram dois apaixonados por pequenas coisas ali, iam àquele campo com uma frequência razoável e nunca haviam se falado. Seguiam mudos, observando os insetos, sem saberem os nomes um do outro, afinal, eles não eram importantes. Queria acreditar nisso...

quinta-feira, junho 07, 2012

Vaga-lumes [1]

Há muito tempo, numa pequena vila, existiam várias histórias sobre vilões, heróis, pessoas boas, pessoas ruins, muitos mitos e algumas verdades. E era nessa vila que morava um garoto, um daqueles que não se encaixam bem na história. Não era gordo, não era magro, não era bonito, não era feio, não era alto nem baixo, não era nada. Acostumou-se a ser gentil com todas as pessoas, mesmo as mais horríveis, embora não ligasse muito para elas. Chorava às vezes, era bem sensível, lacrimejava por coisas estúpidas, histórias tristes e cantos depressivos. Era apaixonado por coisas pequenas, vaga-lumes e sonhos, coisas assim. Sonhos, sua mente era infestada deles, uma praga, pois nunca achava que iria realizar um deles sequer. Tinha muitos princípios, seguia à risca todos eles, por isso, muitos o julgavam estúpido, apenas por acharem que ele se prendia a coisas que não pertenciam mais ao tempo que viviam. Era idiota, estúpido, taxado assim apenas por ser bondoso. Quais sonhos realizar assim?

sexta-feira, junho 01, 2012

Olhos Fechados

Lá vem a chuva, no mesmo horário de sempre, encher as ruas de lágrimas e lotar muitas cabeças de dúvidas. Sob chuva, sob neve, enfim, não importava muito desde que estivesse ali. Continua dormindo e eu pensando o que povoa seus sonhos que possa trazer sua alegria, o que existe em seus pesadelos para que se assuste tanto. Olhos fechados, belos sonhos, e tudo que há como desejo resume-se a um beijo. Seguir em frente e logo parar, nao pode acordar, controlar as vontades... "O que há?" Então vamos voltar e ter mais do que queremos. E as lágrimas seguem caindo na rua e todas essas coisas na minha cabeça. Olhos fechados... Consegue sentir a distância? Ja sentiu a distância? Poderemos seguir juntos? Continua dormindo e meu coração se partindo... Um amor em vão forte assim? Ouça o barulho... um outro rio salgado. Tentar passar do limite agora? Justo agora? Essa tempestade limpa meus medos, apenas ouça. Talvez esteja sendo duro demais, peço perdão por isso. Estou melhorando por você, quem sabe um dia poderemos caminhar juntos por aí, de mãos dadas, como o amor pressupõe. Olhos fechados, belos sonhos, belas lembranças... E o desejo é de apenas um beijo...