sexta-feira, abril 23, 2010

Da série: "As histórias de Jonny" [3]

Era um dia um pouco estranho. O céu não estava como costuma estar, sentia que todos o olhavam como nunca fazem, sentia um vazio no peito, como se ele pudesse rasgar a qualquer momento o que ocasionaria uma morte praticamente instântanea. Bom, morrer a essa altur não parece ser uma ideia ruim, pelo menos todos os problemas passariam.


-Léo - disse Jonny- Eu realmente não sei o que fazer. Esses problemas não me deixam em paz, me perseguem nao importa o que esteja acontecendo, não cedem de jeito nenhum. Já tentei fazer tudo que eu posso e eles não vão embora.
-Mas Jonny - respondi - As coisas são assim mesmo, uma hora isso melhora, apenas não se deixe abater.
-Tarde demais Léo. Já to assim há tanto tempo que minhas forças acabaram já há algum tempo. Ultimamente, até em suicídio tenho pensado,eu morreria claro, mas pelo menos tudo isso passaria.
-Jonny, não pensa nisso, tira essa ideia da sua cabeça. Prefere morrer a resolver seus problemas? Enfrente-os, não seja covarde a esse ponto.
-Léo, você não sabe o que que você tá falando. Não sabe como é se sentir mal há quase um ano. E a cada dia que passa as coisas pioram e pioram e pioram cada vez mais. E quando tudo está péssimo a tal ponto que nada pode piorar, acontece alguma coisa e elas pioram. Não aguento mais viver essa vida fútil e sem alegrias.
-Jonny, esquece esses momentos ruins, pensa em seus momentos bons pra você se distrair um pouco.
-Léo, eu até que tento. Acontece que esses bons momentos parecem tão distantes que não me vem a cabeça. Não sei o que faço. A única coisa que realmente está me impedindo de fazer tal coisa é...

Algo aconteceu com Jonny e ele foi embora de repente, me deixou ali, estático, olhando para o céu e pensando na situação dele. De uns tempos pra cá, sempre soube que Jonny não estava bem mas nunca achei que ele pensasse em se matar. Sempre pensei que ele nunca fosse capaz de uma coisa dessas, uma coisa tão radical como é o suicídio. Se as coisas realmente estão ruins como ele diz, acredito que ele possa ser capaz de algo do tipo.

Jonny nunca foi muito forte. Não sei se ele pode aguentar conviver com isso por muito tempo. Infelizmente, não existe nada que eu possa fazer para ele melhorar, apenas torcer para isso e que os dias melhorem e seus problemas sejam resolvidos. FORÇA JONNY

segunda-feira, abril 19, 2010

Três anos...


Foi em 2006, mês de novembro, dia que eu não me recordo. Foi um dos melhores dias da vida sem dúvida alguma, quem sabe até o melhor. E foi nesse dia que começou um romance quase que tão bonito como são os romances fictícios. Nesse dia que os três mais felizes anos da vida começaram. Como foi bela aquela madrugada, como é inesquecível a madrugada em que tudo começou.

E aquela foi A MADRUGADA. Que sentimento indescritível, que sensação maravilhosa, que beijo foi aquele, que início perfeito. Foi sem dúvida a mais perfeita das madrugadas, a mais estrelada delas, mesmo que as estrelas não tenham tido muita importância.

E lá se foram três anos. Os melhores três anos já vividos, três anos que não mais voltarão, três anos que não terão anos a altura. Três anos ao lado da pessoa que mais ama e amará. Três anos totalmente sensacionais. Claro que existem altos e baixos, mas os baixos nem se comparam aos altos. Três anos...

E passam os três anos. Algo não está bem. O que aconteceu? Os momentos juntos não eram mais como antes, algo está claramente mal. Seria esse o término? Infelizmente, existem coisas na vida que parecem ser inevitáveis.

E os três anos terminam. Mas que merda. Não importa o que foi feito para tentar evitar o fim, nada dava certo, tudo parecia, e foi, inútil. É o fim. Agora o mundo parece cair em sua cabeça. Parece até mesmo que certas palavras desequilibram Atlas. O céu simplesmente desaba em cima de um frágil coração que está confuso.

E o tempo passa e isso não deixa a mente de um apaixonado. O tempo passa e o sofrimento continua, como se tudo tivesse acontecido ontem. O sofrimento não passa e e ela não sai da cabeça. Que dor maligna que insiste em permanecer no peito. Parece que o tempo não tem a capacidade de destruir essa dor e deixar que o coração fragil se fortaleça.

E os dias passam e os sinais de melhora não aparecem. Ela já ficou bem. Mas como pode ser possivel que três anos sejam esquecidos tão depressa? A seguinte questão surge na cabeça: ela realmente amava o tanto quanto dizia? Uma pergunta muito perturbadora que não deixa ninguém em paz.

Haverá uma recuperação? Será que existe a possibilidade de esquecê-la? Será que surgirá outra que fará com que o amor queime novamente como queimou neses três anos? Apenas o tempo pode responder a essas coisas.