quarta-feira, março 11, 2015

O Homem Ruim

Ora, a pervigília está de volta. Não há opções do que fazer. Todos dormem agora, apenas estranhos estão acordados. Um destes sou eu, não que esteja me ofendendo ao me chamar estranho, afinal, isso todos somos de uma certa forma. Bom, por alguma razão, as estrelas, hoje, pouco me interessam. foco-me apenas nos desenhos que faço no papel.

Há coisas dentro de mim que precisam de expressão seja ela como for. Existem sentimentos que me trazem certa angústia. Um desconforto latejante desliza entre minhas costelas e causam um frio inquietante no meu ser. Meu coração bate em um ritmo que todos os compassos são diferentes. Isso me traz angústia e me deixa, quem sabe, vivendo numa espécie de agonia.

Estou longe do meu paraíso, se é que tenho um. Sei que fui um homem ruim, e essa raça não pode desfrutar de qualquer éden que seja. Minhas lembranças me mergulham em madrugadas melancólicas e são fortes o bastante para me deixarem no fundo do poço. Preciso de ajuda, mas acho que as divindades deixaram, há muito, de ajudar os maus homens

O céu está com um belo azul, enfim, percebo. Nada combina com o sal em meus olhos, nada combina com a vermelhidão em minha esclerótica. Nenhum elemento combina com a vergonha que se iniciou em meu interior e, muito menos, com o medo que passei a sentir do meu próprio eu.