sexta-feira, julho 13, 2012

Dia


Era um dia daqueles que os olhos não parecem olhos, estão mais para algum tipo de nascente. Era um dia que se percebia o quão apaixonado está o Sol pela Lua. Um dia que os pássaros cantavam uma melodia não muito comum que fortalecia lembranças. Não era um dia bonito, não era feio, era estranho, esquisito, assim, incomum mesmo. Bom, ruim, sabe-se lá o que achar de dias assim. Noites...

E com a pouca luz que o Sol mandava, percebiam-se estrelas em todo o céu. E as tais estrelas lembravam olhares que há tempo não são vistos. Não estava claro, não estava escuro, luminosidade suficiente para apreciar constelações, observar vaga-lumes e lembrar de coisas que já foram/são importantes. Não era necessário muito, apenas, caíam as pálpebras e os olhos se fechavam. Tudo calmo agora.

Agora, um vaga-lume, devagar vagava, divagava, voava em devaneios, chorava sem motivo e com toda a razão. A vaga que mais quis se foi, pode voltar, mas não sabe onde guardou a fé nisso. Não seca os olhos, sabe que não adianta, ficarão molhados novamente. Não segura as lágrimas, queria pode ignorar tudo com os outros fazem, não consegue, tem o coração sensível demais, encontra-se aos prantos com alguma frequência. Julgava-se forte, e percebe que sempre esteve enganado.

Madrugadas, voltaram a ser solitárias, ainda está se reacostumando a isso. Voltou a olhar o céu e jogar palavras no papel. Voltaram as histórias tristes de outros tempos, sua origem, sua inspiração. Tornou-se novamente aquele homem solitário da noite, inspirado por histórias diferentes. Assobia e não obtem resposta, assobia e lembra das pequenas frutas, assobia, abre os olhos e nao consegue ver nada.

Alimentou-se de ilusões, acreditou que conseguiria, e hoje alimenta-se de esperanças pequenas, tem fé em coisas improváveis. É uma pequena luz apaixonada por uma luz ofuscante, um vaga-lume apaixonado pelo Sol. E tudo que esse vaga-lume quer é virar Lua e deixar o platonismo de lado. Assim, desejo-lhe uma boa sorte.

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