- Que sensação estranha é essa? Sei que já a vi por aqui mas estou achando esquisito, está tudo como se esta fosse a primeira vez.
- Olhe para ela com cuidado, quem sabe já a conhece mas não a está reconhecendo.
- Pode ser....... Mas não deixa de ser estranho
- Deixe me vê-la. Essa não seria a alegria?
- Não mesmo. Perceba, ela não tem o mesmo semblante agradável que a alegria tem. Sem contar que a alegria não aparece por aqui há um bom tempo, não apareceria assim de repente.
- Isso é bem verdade. Seria o ódio?
- Acho difícil. Mesmo o ódio tendo passado por aqui recentemente, dê uma segunda olhada e preste atenção. O ódio não consegue se controlar, e ela está ali quieta como uma estátua.
- Bem observado. Quem sabe não é o amor?
- O amor, com certeza, não é. Além de ser um pouco descontrolado, foi embora e disse que, provavelmente, irá demorar bastante para retornar.
- Hmmmmmm, acho que teremos que chegar mais perto se realmente queremos saber de quem se trata.
- É a única maneira
- Nossa, confesso que estou um pouco amedrontado.
- Eu também estou. À medida que chegamos perto, meu corpo treme mais e mais. Mas tenho que saber de quem se trata mesmo assim.
Chegaram perto e viram o que não queriam. Estava usando um sobretudo preto, segurando algo em sua mão direita e olhava para eles com um olhar tão fixo que chegava a ser assustador.
- Nossa, o que é aquilo que está segurando?
- Não sei ao certo. Sei que tem o mesmo formato de uma foice.
- Uma foice!?!? Será ela a...
- Muito provável, mas por que esse olhar tão fixo?
- Será que já está na hora?
- Talvez.......................... Veja, estendeu a mão. Sem dúvida, está nos chamando.
- Não quero ir mas é tão difícil ignorar o chamado.
- Realmente, não há como recusá-lo.
- É inevitável, teremos que ir e deixar coisas para trás.
-Sim, sim.
- Sabe o que tem lá atrás e estamos deixando?
- Alguns sentimentos tolos e fúteis e uma meia dúzia de falsos amigos que não irão notar que partimos.
E lá se foram, rumo ao destino que os esperava, sem resistência alguma. Apenas foram em direção àquele olhar tão fixo como jamais viram. E alguém se importa?
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